O Grito |
Vou logo avisando: Estou para poucos! Encontro-me em dias de cão. Acredito que os deuses, astros e zás estão em greve com a minha pessoa - Manhã de chuva, trânsito sufocante e aquela música que falava do nosso maldito amor. Mudei a estação e logo depois do anuncio, aquela outra canção que fala tanto de nós dois. Logo concluo: só pode ser mal olhado, macumba ou qualquer coisa dessa natureza, né não?
Atrevida e sem papas na língua, estou despenteada e cansada. Ando sem colorido e com pouquíssimo pavio, lamento a falta de ternura, sorriso e poesia. Ando tão sem saco para a poesia. Veja você, logo eu que a amo. Nem sei como ou porque, o que sei é que não sei desistir de mudar e certamente eu quero mesmo é gritar poesias, chega de sussurros, chega! Quero mesmo é gritar!
Não encontro a rédea da situação. Sou Alice ao cair no poço profundo, sinto-me despencar em um buraco escuro cheio de perguntas e coisas que desconheço. Sou Alice, fora do país das maravilhas. Pode até parecer estranho, mas gosto disso.
E, antes que alguém me venha com frases de autoajuda na tentativa de ver em meu rosto o carnaval, saibam que estou para poucos. Mas, segundo o meu signo, não sou do tipo que se demora em lamentos, sendo assim, logo voltarei ao tal do normal.
Porém, antes, permita-me falar a você, pessoa insensível que finge não sentir e sabe apenas sorri amarelo. Ignoro sua existência e cada gesto seu na tentativa de me derrubar ou chamar a minha atenção - digno de pena. Tenho comigo o apreço de algum santo forte que mantém meu corpo imune à macumbinhas de terreiros sem samba, sou das nordestinas arretadas. Ando cansada é bem verdade, mas carrego inteligência e esperteza de sobra para fazer você comer na minha mão. Cuidado comigo, sou capaz de te seduzir, te fazer arrastar aos meus pés e, ao final, ainda te convenço que a culpa é toda sua.
você é alice descobrindo o mundo e suas desventuras, titia.
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