22 de julho de 2011

Rua da Aurora





Amanheci com a cabeça cheia de afazeres, deveres e dramas.

Recolho o necessário e saio à labuta.

Deparo-me diariamente com o mesmo cenário, mas geralmente não olho.

Sigo a pensar no tanto por fazer, no tempo que corre, na angustia dos dias...

Um vento vindo sabe lá de onde sacode minha saia e no mesmo instante desliga o pensamento pesado e me leva para aquele cenário diário: Rua da Aurora, casarões que contam histórias, as margens do Capibaribe lá estou.

Seguro minha saia, sinto o calor do rubro da face e ouço assovios e uma voz ousada que diz:

-Segura a saia galega, meu coração é operado!

Vermelha como um tomate, seguro a saia, corro para não perder o sinal e, ao chegar do outro lado da rua, deixo escapar um leve sorriso dedicando alguns instantes a contemplar a manhã ensolarada refletida no rio de João Cabral de Melo Neto.

Em instantes retomo minha rotina matinal, sigo leve, porém, antes de seguir com o meu longo dia, em pensamento eu digo: Bom dia, Recife!! (segurando a saia, claro!)rsrsr...

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